Com a superlotação de empresas em diversos setores e o crescimento latente da implementação de inteligências artificiais no mundo corporativo para aumentar a produtividade, otimizar os processos e, por consequência, reduzir a operacionalização dos colaboradores, se torna cada vez mais claro o valor do capital humano para se diferenciar no mercado.
O conceito de Human Sustainability exige que as empresas criem um ambiente que promova o bem-estar, estimulando o crescimento e desenvolvimento profissional, dando oportunidades de crescimento, criando uma visão de propósito maior e andando em rumo a equidade. Pautando-se no valor das entregas de ativos intangíveis que são adquiridos através do capital humano, como, por exemplo, inovação, propriedade intelectual, adaptabilidade, ideias e atributos de marcas, esses, de acordo com o Global Intangible Finance Tracking de 2022, representavam 90% dos ativos corporativos dos EUA em 2022.
“As empresas não podem te oferecer um emprego para sempre, mas elas devem te tornar empregável para sempre.”
– Gabriel Sander, Diretor de Recursos humanos da Cuervo
Porém, os números apontam que, apesar de entender o valor humano, as empresas ainda se mantêm distantes desse objetivo. O relatório Global Human Capital de 2024 aponta que 76% das empresas analisadas reconhecem a importância, porém apenas 10% afirmam investir de fato em sustentabilidade humana.
O resultado dessa disparidade de empresas focadas em se qualificar para seus colaboradores, se expressa através da insatisfação e o adoecimento dessas pessoas.
Com salários baixos, sem perspectiva de crescimento nas empresas e realizando tarefas sem propósito, esses colaboradores apresentam uma baixa produtividade e se tornam mais propensos a trocar de emprego por um pequeno benefício a mais. Ocasionando em uma maior rotatividade, perda de vendas, atendimento fraco, má execução e frustrações entre clientes e gestores.
Em contramão, a análise feita pelo Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford, aponta que há uma forte relação positiva entre o bem-estar dos funcionários e o desempenho da empresa, incluindo lucros e retornos de ações mais fortes entre organizações com os mais altos níveis de bem-estar.
O foco em Human Sustainability impacta não apenas os colaboradores, como também os stakeholder e clientes:
E por onde começar? Um mindset voltado para Human Sustainability substitui o pensamento extrativo e transacional sobre as pessoas pelo foco em gerar valor para cada pessoa ligada à organização.
Concentre-se em métricas que medem os resultados humanos – Muitas vezes, as organizações utilizam métricas de pessoas para quantificar apenas as atividades feitas, em vez de uma avaliação focada no progresso dos resultados.
Reestruture o seu modelo de negócios voltado para a Sustentabilidade Humana – As empresas podem estar em direção à Human Sustainability, mas de uma forma isolada ou desconectada, com ações aplicadas apenas a alguns setores. Enxergar o seu negócio de maneira geral te auxilia a ligar os pontos entre as iniciativas e fornece uma imagem holística do impacto empresarial da sustentabilidade humana.
Envolva os colaboradores na cocriação de novas soluções – Ao estruturar as soluções, integre os colaboradores e ofereça um espaço para diálogo sobre o que valorizam e como isso pode ser alcançado em conjunto.
Esse é um trabalho que não é feito do dia para a noite e não tem prazo de encerramento. É um trabalho vivo que evolui e se transforma conforme a sociedade e as pessoas mudam. Mas pode ser feito e, quando bem aplicado, resulta em um sucesso quantificável para as empresas.
